sexta-feira

Política

Discurso do Dep Rodovalho no plenário no dia 02/03/07

O SR. RODOVALHO (PFL-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhores funcionários que nos auxiliam nesta manhã, bom-dia a todos.

Sr. Presidente, gostaria de trazer à tribuna matéria que diz respeito à violência nas cidades que compõem o entorno do Distrito Federal. O Correio Braziliense de ontem veiculou o resultado do ranking produzido pela OEI, a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, a Ciência e a Cultura, publicado em pesquisa sobre o mapa da violência no País.

Por incrível que pareça, infelizmente, o Distrito Federal ocupou o quarto lugar no ranking nacional de homicídios de jovens na idade de 16 a 24 anos e o quinto lugar no ranking nacional da violência, depois de Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rondônia.

O jornal registrou também que, de cada 100 mil jovens, hoje 65 são assassinados. Sabemos por pesquisas anteriores, publicadas na revista Veja, que esses jovens são negros, pertencem a uma faixa etária desprivilegiada e muitos não têm instrução ou foram alijados do processo educacional.

Os números e as estatísticas confirmam que o grande problema que temos em segurança pública provém da questão social. O Brasil foi surpreendido há poucas semanas pela tragédia ocorrida no Rio de Janeiro em que o garoto João Hélio foi arrastado pelas ruas da cidade, fato que comoveu a todos. As estatísticas não têm por base unicamente o que aconteceu com o João Hélio, mas milhares de episódios.

Sr. Presidente, precisamos aproveitar este momento de interesse do Governo Federal e as propostas do PAC, especificamente no que diz respeito a políticas públicas para nossos jovens. O PAC precisa ser direcionado para que tenhamos políticas públicas capazes de dar esperança aos nossos jovens.

Quanto ao primeiro emprego, insisto na idéia de que o Executivo planeje o primeiro emprego com uma política que possibilite a assimilação desses milhares de jovens que hoje chegam à idade apropriada para entrar no mercado de trabalho, mas não têm oportunidade, nem a mínima chance de obter um treinamento de formação profissional. A pesquisa da OEI publicou o que todos já sabemos: o Brasil vive hoje num barril de pólvora.

O nosso problema social é muito sério, está acumulado há séculos, o Brasil é um País cuja idade é razoável. Enquanto os Estados Unidos da América lideram o mundo nas questões do PIB, do dinheiro forte e da universalidade de sua língua; o Brasil lidera quanto a dívida interna, a inflação, os juros altos, isso é uma somatório de diversas distorções ocorridas há séculos: governos que sucederam governos, que sucederam governos.

Observamos a oportunidade do Presidente Lula e vemos com bons olhos o PAC, pela primeira vez lançou-se um plano de desenvolvimento organizado e não podemos perder esse momento da história. Infelizmente o Brasil tem crescido muito pouco para assimilar toda a nossa mão-de-obra.

Sr. Presidente, gostaria que o Congresso pudesse auxiliar o Executivo e se colocar à disposição para que juntos façamos disso uma obsessão e que haja um mutirão nacional de salvação e de esperança para o nossos jovens, para dar-lhes emprego, treinamento, formação, escola e cidadania. Sem isso, o mapa da violência, infelizmente, apenas aumentará a cada dia.

Gostaria de parabenizar mais uma vez as ONGs e as igrejas que trabalham com os jovens, que são quem os amortece socialmente. Ainda não houve uma convulsão social maior devido a presença dessas atuações de igrejas e ONGs que estão trabalhando, semeando tolerância e amor para essa camada que é desprivilegiada, alijada e esquecida no processo de desenvolvimento. Sr. Presidente, peço a V.Exa. que registre meu discurso nos Anais da Casa.

Muito obrigado.

Deputado Rodovalho

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